Tuesday, March 06, 2007

Durante uma reflexão sobre o declínio do mercado fonográfico e a aceitação de novas mídias, percebi que não sou só eu que me sinto como um estranho no ninho aqui no Brasil. Relato pra vocês um trecho da conversa (editada) que mantive num lista de discussão que assino.

O mote é o fechamento de gravadoras independentes e o desinteresse do público para comprar mídia, já que baixar gratuitamente é muito mais fácil.

Lancei um box de CDs de uma banda chamada Harry há cerca de um ano e meio (www.harrynet.com.br). Pra vocês terem uma idéia, até agora não consegui vender a tiragem limitada que é só de 1000 cópias! Isso porque consegui colocar no grande mercado (lojas virtuais como Submarino e redes como FNAC e Saraiva). O questionamento é latente: pra que lançar então? Levamos um ano pra separar as músicas, masterizar, fazer uma arte bacana, se preocupar com todos os detalhes pra não vender. E o motivo não é a música, claro, pois o Harry é um documento vivo da música alternativa brasileira. Com isto, não há motivação pra lançar nada, exceto DVD mesmo. Por enquanto. Outra possibilidade é a venda de MP3 para o mercado externo, porque por aqui vai demorar muito ainda.

Tem um caso que considero como o melhor exemplo de como as coisas estão invertidas mesmo. Estava numa comunidade falando sobre um software que custa Us$ 49 que é essencial pra um trabalho que faço, que me traz ótimo resultado e otimiza o dia-a-dia. Comentei que havia comprado, o que é normal, ué! Uma empresa se mantém dos serviços que presta. Qual minha surpresa quando a comunidade toda me detonou, me chamando de “tonto” que gosta de jogar dinheiro fora, já que bastava pegar um crack que já rolava!

Sinto isso com música também. Não sou xiita, não! Baixo muito , mas muito mais do que compro, porque a oferta é maior do que meu bolso, porém compro vários singles digitais também. Acho impossível pagar por tudo que a gente consome de música, por isso adoraria que tivesse um canal de assinatura que a gente pagasse um X por mês e tivesse acesso a tudo. Seria justo com quem produz e viável pra gente, como TV a cabo, por exemplo.

Será que há solução?