Tuesday, July 06, 2004

Só ficando em casa para perceber quão medíocre a TV aberta é... mas não deixa de ser divertida. Parece que tudo no Brasil é ambígüo. Já começa com o constante choque cultural e econômico que distancia cada vez mais as camadas sociais. Fico pensando que a TV tá ruim mas diverte muito pelo simples fato que as pessoas não precisam pensar muito. Isso é um clichê sociológico, claro, porém o engraçado é que agora a diversão da classe pseudo-intelectualizada é ironizar programas bem populares, tornando-os até mesmo cult.

Não assino TV a cabo por opção, já que não tenho tempo e saco pra programação televisiva. Quando estou no ócio total acabo ligando o aparelho do quarto (moderno) com uma horrorosa antena (antiga) e que não pega bem nada. Por acidente, sintonizei um canal de Sobral (talvez um falha no satélite, sei lá). Tinha um tal de Enio Carlos que escolhia a "Cinderela do Nordeste", a qual tinha o direito a prêmios como rações para animais e, o mais valioso, um carrinho de cachorro-quente. Fiquei preso aquilo por meia-hora! Não acreditava no que estava vendo! Me divertiu. Talvez com um olhar preconceituoso e de uma certa superioridade tipicamente urbana. Agora imagina para quem participa e acompanha o programa? Que não se preocupa com a estética e apenas quer não pensar muito, já que a vida anda cada dia mais complicada?

Não adianta se jogar pela janela. O Brasil é a terra das diferenças crônicas mas com um acalentador senso de diversão plural. Para que pensar tanto?

Monday, July 05, 2004

Cama de novo. Mais um dia. E outro à espera. Resultado de anos de um ritmo louco que adoto para ganhar meu sustento. Sabe quando você acha que ainda vai dar? Mesmo com febre, depois de uma semana pesada de trabalho, uma gripe que assombra e cérebro a pleno vapor criativo é insanidade jogar-se numa maratona noturna de música alta, fumaça e aeróbica descontrol. Mas foi isso que fiz e agora estou aqui. Cama de novo.

Porém essa parada forçada me faz refletir bastante sobre tudo que está a minha volta. As pessoas queridas, saudades de outrora, o trabalho, o simples ato de viver, entre tantas outras que faz-me rogar por dias enfermos. Longe de ser masoquista mas é a única forma de parar para refletir um pouco.

Há questão de poucas semanas estava em férias, as melhores de toda minha vida. Dias maravilhosos e lugares encantadores. Não tinha tempo para pensar em nada. Queria minha mente livre, reformatada e com um upgrade considerável. Quando voltei, caí direto na rotina prazeirosa/exaustiva que vivo e somente quando novamente caí, dessa vez na cama, percebi que esses intervalos, mesmo que forçados, são necessários.

Então, plim-plim!