Dias corridos, vida agitada, até quando?
Tenho uma tendência natural a ter mais coisa que fazer do que dou conta. Não nasceu ontem isso, não. Desde a tenra infância queria brincar em três lugares ao mesmo tempo, mesmo tendo noção, já naquela época, que um corpo não ocupa lugares diferentes ao mesmo tempo.
Daí surgiu o primeiro sintoma que as coisas sempre seriam complicadas. A imaginação. O pensamento. A divagação. Enquanto montava o Ferrorama, pensava em empinar pipa (apesar de sempre ser péssimo nisso) e ler gibis. Essa herança se faz presente até hoje. Gosto muito de assoviar e chupar cana, sabe?
Quando as coisas estão muito calmas, algo me inquieta. Tenho que criar, fazer, mover. Sensação de estar vivo ou mesmo de missões que devem ser feitas nessa passagem terrena.
Um boa parcela das pessoas que estão à minha volta sofre com essa minha inquietude. Não entendem, às vezes querem frear, mas o caminhão do Encurralado aqui não permite.
Neste ano passo a integrar o mundo dos quarentões. Minhas percepções vêm mudando a cada ano, resultado da experiência de vida, convívio com outras pessoas e, sobretudo, permitir que a vida interaja um pouco mais sem os comandos quiça automatos de nossa conduta.
Mas ainda me pergunto: até quando?