Machina Festival II
E não é que vou me aventurar novamente pela "praia" da música industrial? Entre diversos projetos, de música experimental à baranguice 80, dos ritmos classudos ao minimal electro, mas não deixo de fazer festa para os órfãos do Zensor e Cri Du Chat.
Foram anos de um trabalho bacana que não pode ser esquecido. Numa época que novidade dura cinco segundos, artistas que escreveram um legado merecem tratamento VIP. Foi assim com o Harry e The Neon Judgment em 2005, agora será com The Cassandra Complex e Simbolo.
O Simbolo (sem acento mesmo) faz 19 anos hoje! Fiquei sabendo disso numa troca de e-mails com o Martin, líder do projeto, quando estava confirmando a participação desse ícone da música industrial brasileira para a segunda edição do Machina.
"Caramba, quase duas décadas", pensei. Mas quando lembro que a Cri Du Chat surgiu no final da década de 80, me assusto ainda mais! Como o tempo passo rápido! Hoje, graças ao orkut, LastFM, Myspace, entre outras comunidades, mantenho contato com muita gente que nem sequer conviveu (alguns nem nasceram) na época do selo ou mesmo do meu programa de rádio. Pessoas que admiram um trabalho que não vivenciaram quando foi lançado.
Associo isso aos discos mofados do Pink Floyd, Automat, Donna Summer e Beatles que meus tios ouviam quando eu era pequeno. Na adolescência eu execrava a possibilidade de ouvir essa turma, pois queria estar ligado a artistas do meu tempo! Nunca me coloquei na posição de "dinossauro da música eletrônica" mas ao receber scraps dessa turminha nova, percebo que o que eu tinha era medo de encarar as referências sonoras. Medo de gostar das músicas que eram consideradas "defasadas" demais. Pura bobagem. A turma de hoje não se prende mais ao sincronismo de lançamentos que as publicações antes impunham. A própria internet proporciona o saudável lapso de tempo.
Bom, mas o assunto é o Machina Festival, não? Sim, O segundo nome é a banda do Rodney Orpheus qu eu simplesmente amo de paixão. O nome Cassandra Complex nem foi cogitado para o Machina II, já que tava tudo certo com o Front 242. Os belgas cancelaram, veio o baixo-astral e numa conversa informal com o Ivan da Soulshadow ele lança, "e o Cassandra?". Putz! lembrei qu e o Codenys tinha remixado os ingleses e pedi o contato do agente que prontamente me respondeu e fechamos tudo!
O Machina Festival é uma festa para matar saudade dos bons sons, uma forma de mostrar pra uma nova geração que antes de nu-metal já existia industrialismo e que esses redescubram gente que faz trabalho sério há tanto tempo e continua na ativa.
O festival será no dia 24 de novembro e, além do Cassandra e Simbolo, mais nomes serão anunciados para o espaço "Live", dedicado a shows. Ainda teremos o "Basement" que é a pista na qual DJs da cena alternativa poderão tocar a vontade seus hits e obscuridades, e o "lounge" com estandes de CDs, DVDs, roupas, etc.
No dia 12 de setembro daremos a largada no projeto, mas como todo pai, fico ansioso pro meu filho vir ao mundo logo!
Friday, August 31, 2007
Tuesday, August 28, 2007
Divagação sobre conexões
Numa lista de conexões possíveis, reparei o quanto é complicado o jogo das probabilidades. Hoje tenho 40 anos. Pra mim nada mudou, continuo a ouvir música, trabalhar e tentar levar uma vida bacana. Antes dessa tal de internet, pessoas com o mesmo gosto musical que eu se aglutinavam freqüentando lojas de discos, ouvindo rádio, indo a festas e clubes, lendo revistas. A possibilidade de encontrar alguém interessante estava atrelado ao convívio social.
Hoje tenho centenas de amigos no orkut, outras dezenas no LastFM ou no Myspace, fora a turma do MSN (muitos migraram do ICQ), a gangue dos anônimos "daquelas" comunidades mais, diremos, pessoais... Somam-se, ainda, milhares de pessoas que têm algo em comum. O jogo de possibilidades se amplificou e até tornou o relacionamento direto uma utopia.
Se por um lado consigo o que eu quiser com um clique, já não posso dizer o mesmo de um saudável bate-papo (virtual mesmo) no qual a diversão seria a troca de conhecimento entre duas ou mais pessoas. Na era pós-Google, todas as respostas estão disponíveis. Parece que tudo se tornou previsível.
Mas o que isso afeta o meu dia-a-dia? Com certeza a possibilidade de algo se tornar apto a ser descoberto sem que as informações sejam tão precisas. Se antes a subjetividade e, porque não dizer, o "chutômetro", abriam possibilidades de escorregões homéricos ou mesmo a construção de um ícone que nem existia, hoje o conto de fadas cai na primeira busca.
Será que busco um romantismo perdido? Eu, que sempre fui adepto ao novo, à informação imediata?
O dilema de possibilidades me intiga mais do que a quantidade de informação absorvida em casa segundo.
Experimentar sempre, mesmo quando o que parece incerto, tem a resposta na ponta dos dedos. Em questão de microssegundos.
Numa lista de conexões possíveis, reparei o quanto é complicado o jogo das probabilidades. Hoje tenho 40 anos. Pra mim nada mudou, continuo a ouvir música, trabalhar e tentar levar uma vida bacana. Antes dessa tal de internet, pessoas com o mesmo gosto musical que eu se aglutinavam freqüentando lojas de discos, ouvindo rádio, indo a festas e clubes, lendo revistas. A possibilidade de encontrar alguém interessante estava atrelado ao convívio social.
Hoje tenho centenas de amigos no orkut, outras dezenas no LastFM ou no Myspace, fora a turma do MSN (muitos migraram do ICQ), a gangue dos anônimos "daquelas" comunidades mais, diremos, pessoais... Somam-se, ainda, milhares de pessoas que têm algo em comum. O jogo de possibilidades se amplificou e até tornou o relacionamento direto uma utopia.
Se por um lado consigo o que eu quiser com um clique, já não posso dizer o mesmo de um saudável bate-papo (virtual mesmo) no qual a diversão seria a troca de conhecimento entre duas ou mais pessoas. Na era pós-Google, todas as respostas estão disponíveis. Parece que tudo se tornou previsível.
Mas o que isso afeta o meu dia-a-dia? Com certeza a possibilidade de algo se tornar apto a ser descoberto sem que as informações sejam tão precisas. Se antes a subjetividade e, porque não dizer, o "chutômetro", abriam possibilidades de escorregões homéricos ou mesmo a construção de um ícone que nem existia, hoje o conto de fadas cai na primeira busca.
Será que busco um romantismo perdido? Eu, que sempre fui adepto ao novo, à informação imediata?
O dilema de possibilidades me intiga mais do que a quantidade de informação absorvida em casa segundo.
Experimentar sempre, mesmo quando o que parece incerto, tem a resposta na ponta dos dedos. Em questão de microssegundos.
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