Só ficando em casa para perceber quão medíocre a TV aberta é... mas não deixa de ser divertida. Parece que tudo no Brasil é ambígüo. Já começa com o constante choque cultural e econômico que distancia cada vez mais as camadas sociais. Fico pensando que a TV tá ruim mas diverte muito pelo simples fato que as pessoas não precisam pensar muito. Isso é um clichê sociológico, claro, porém o engraçado é que agora a diversão da classe pseudo-intelectualizada é ironizar programas bem populares, tornando-os até mesmo cult.
Não assino TV a cabo por opção, já que não tenho tempo e saco pra programação televisiva. Quando estou no ócio total acabo ligando o aparelho do quarto (moderno) com uma horrorosa antena (antiga) e que não pega bem nada. Por acidente, sintonizei um canal de Sobral (talvez um falha no satélite, sei lá). Tinha um tal de Enio Carlos que escolhia a "Cinderela do Nordeste", a qual tinha o direito a prêmios como rações para animais e, o mais valioso, um carrinho de cachorro-quente. Fiquei preso aquilo por meia-hora! Não acreditava no que estava vendo! Me divertiu. Talvez com um olhar preconceituoso e de uma certa superioridade tipicamente urbana. Agora imagina para quem participa e acompanha o programa? Que não se preocupa com a estética e apenas quer não pensar muito, já que a vida anda cada dia mais complicada?
Não adianta se jogar pela janela. O Brasil é a terra das diferenças crônicas mas com um acalentador senso de diversão plural. Para que pensar tanto?
No comments:
Post a Comment