Friday, October 19, 2007

Direitos autorais vs ECAD

Nunca achei fácil lidar com o ECAD. O principio da entidade é até justo: controlar e distribuir receita de uso de direitos autorais de seus associados. Acho justo mesmo. Vários artistas não ganham nada com seus sucessos regravados por diversos artistas famosos, ainda mais na atual onda de queda das vendas de CD. O artista ainda tem o show, mas e o compositor?

Mais do que válido. Tem que ser lógico. E não é. Tratar qualquer evento como se fosse o show da Ivete Sangalo, não dá. Música é tão plural quanto a roupa que as pessoas vestem. Cada uma é feita sobre medida ou cai perfeitament para apenas um grupo de indivíduos. Alguns têm que customizar, outros preferem comprar as mais baratas, feitas em grande escala, porque o que interessa é se vestir.

Agora tenta explicar pro ECAD que você faz um evento alternativo que nenhum dos artistas pertecem a orgãos de arrecadação de direitos autorais porque a maioria nem se preocupa com isso. Querem encontrar um espaço pra mostrar seu trabalho de uma forma livre e sem burocracia. Uma geração que já se acostumou com a internet e não tem vícios como aquela turma que vive nas tetas dos centro culturais pra "descolar uns trocados". Esse pessoal não consegue espaço pra se apresentar. Vive de soluções improvisadas e de ausência de qualidade técnica que às vezes comprometem a execução de suas músicas. Mas mesmo assim, tenta uma brecha, um espaço para mostrar seu trabalho pra pessoas que poder não ter acesso à rede. Democracia explícita.

Mas isso é muito ideológico para o ECAD entender. A coisa funciona à base de doses de burocracia e velhos vícios como os já citados. É um trabalho injusto? Não, de jeito nenhum. A forma como é aplicado, como a maioria das tributações aqui no Brasil, isso sim é injusto.

Temos que aprender que não dá pra viver de imposições. Pagar sim, mas de uma forma justa e que o beneficiado, o criador da obra, realmente usufrua dos serviços do orgão que supostamente foi contratado para tal.

Faça sua parte, como sempre. Em tudo. Esperamos que o ECAD também o faça. De uma maneira justa.

No comments: