Thursday, December 06, 2007
Se por acaso o senhor estacionar o seu trenó perto do Moma, poderia colocar no caso duas Block Lamps? Como o senhor sabe, estou mudando de casa e elas vão ficar bem legais nas laterais da cama nova, tá?
Ó, vou colar a foto e colocar o link também. Vai que o senhor prefere comprar pela internet, né?
Obrigado.
Veja no site do Moma
Saturday, December 01, 2007
Depois de dois anos, rolou o segundo Machina Festival. O resultado foi bem positivo, apesar do velho problema o qual já falei por aqui por diversas vezes. O público-alvo continua deixando a desejar, não desprezando as quase mil pessoas que estavam lá ontem à noite, claro, só acho que eu, com meus quase 41 anos continuo achando que a roda tem que girar e sem motor (festa) e engrenagem (público) fica muito mais difícil.
Deixo aqui em aberto meus agradecimentos a todos do staff envolvido, que deram o sangue, o corpo e o sono pra realizar o Machina de uma maneira primorosa. Organização 10. Agradeço às bandas e DJs que, apesar de alguns atrasos no final, deram um tapa na cara de quem não acredita que podemos fazer um festival prioritariamente brasileiro.
Ao The Cassandra Complex, minha eterna devoção a um dos melhores shows que já vi. Carismáticos e extremamente profissionais. Isso vocês verão nos comentários por aí.
Se farei um próximo ainda não sei. A idade vem chegando, a gente fica menos paciente com os vícios negativos das relações sociais, o corpo já não responde como antigamente. Sei que o vírus que me move a empreender persiste. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Thursday, November 29, 2007
Que me vid é corrida, não é novidade, mas nesta semana me superei. Consegui ficar longe das comunidades on-line, blogs, livros e sexo por causa da falta de tempo! Mix de trabalho e muitos eventos deu nisso.
O fato é que o Machina Festival chegou. Hoje, quinta, rola uma prévia no Audio Delicatessen (Rua Mourato Coelho 651, Pinheiros) onde a banda vira "DJ" por uma noite e toca clássicos e outras surpresas. Um clima intimista para bater papo e bebericar com figuras que tem muito o que contar.
Luis Depeche, meu fiel escudeiro no FiberOnline e afins, está direto com os caras do Cassandra Complex e relatou histórias muito bacanas sobre cada um, passado, o que andam fazendo, de trilha de Fendi a morte do dono do Hacienda. Espero que o novo blog do FiberOnline sai logo para que o Luis perpetue essas aventuras aqui na rede.
E minha expectativa pra amanhã? Não sei. O pessoal "alternativo" paulista é muito esquisito. Reclama que nunca rola nada e quando acontece nem sempre aparecea. Eu e a equipe do Machina Festival faremos nossa parte para que seja a melhor festa do gênero, dentro de um budget limitado. Quem for. verá!
www.machinafestival.com.br
Thursday, November 22, 2007
Rodney e Luis Depeche na bóia
O líder do Cassandra Complex já chegou. Ontem, o Mr. Simpatia saiu pra conhecer a noite de São Paulo e hoje já partiu pra dias de folga no Rio. Volta pra São Paulo no dia 28.
E o show do Cassandra é dia 30/11, hein?
www.machinafestival.com.br
Tuesday, November 20, 2007
Já reparou como aumentou a oferta de música boa nos últimos tempos? Aquela máxima que o mundo ficou menor, criou superpopulações formada por produtores, DJs, bandas e gente comum, como eu e você, que se aventura a experimentar produção musical. Nascem boas idéias mas também exige cada vez mais filtros que nos guiem por onde ir em busca daquele novo som "bacana".
Novo. Essa é a palavra. Alguns parâmetros ficam de lado em busca do que acabou de sair. O volume é tão grande que damos rápidas escutadas nas músicas, separando por beats, grooves, riffs ou algo que grude e nos faça voltar a ouvir determinada música.
Nunca tive tanta música ao meu alcance. Sem precisar de muito esforço, novidades chegam via Twitter, RSS, blogs, sites e indicações de amigos. mas quanto tempo perco (perda???) com essas "novidades". A renovação é tão grande que acabamos criando alguns portos seguros.
Clássicos de décadas passadas continuam ali, firmes e atuais. Já a nova geração ainda está escrevendo a história que a cada dia fica mais fulgás. Se antes o "segundo" álbum era prova de fogo pra muitos artistas, na era do download individualizado um compilação de singles acaba não gerando um álbum satisfatório.
Descartabilidade em alta, com certeza. Consegui garimpar dois bons álbuns ultimamente que fazem a opção de repetição contínua do tocadores de MP3 terem função: Sono, com o excelente "Panoramic View", e "Attack Decay Sustain Release" do Simian Mobile Disco. Ambos são considerados mainstream do "alternativo", já que em pouco tempo de carreira excursionam por aí como gente grande (Simian até esteve no Skol Beats).
Se os próximos passos de ambos serão em direção de uma carreira sólida ou se ficarão apenas no hype momentâneo, pra mim, como fã, pouco importa. Gente boa merece mais do que uma playlist randômica num iPod de 80GB.
Separar o joio do trigo é uma arte.
Friday, November 16, 2007
No dia 16, sábado, sou um dos convidados para tocar no Projeto Substance no Lady Hell. No cardápio, clássico da EBM e música industrial das últimas décadas.
Além de DJs, rola o show do Homicide Division, uma das boas bandas nacionais do estilo. Ela faz uma prévia do que será apresentado no Machina Festival II (tá chegando!).
Ouça e baixe músicas do Homicide Division no FiberOnline.
PROJETO SUBSTANCE apresenta SHOW:
HOMICIDE DIVISION LIVE
lançamento do album NO TEARS TO WAR
Vem curtir o melhor do passado e do presente da musica alternativa eletronica e suas vertentes EBM,INDUSTRIAL,FUTURE POP,SINTH POP,DARK WAVE.
17/11 Sábado as 23h00
SORTEIOS DE DVDS THE NEON JUDGEMENT LIVE AT MACHINA FESTIVAL
E SORTEIOS DE INGRESSOS PARA O SHOW DO CASSANDRA COMPLEX.
STANDS: SOULSHADOW E EXOTIC FORMS
VENDAS DE INGRESSOS PARA O MACHINA FESTIVAL 2 LIVE CASSANDRA COMPLEX.
DJS:
MARCIO VAEZ (SUBSTANCE)
MAGUILA (SOULSHADOW/SUBSTANCE)
ENEAS NETO (RETRO/ZENSOR)
MAURO (ARMAGEDON)
IVAN (SOULSHADOW)
Valor entrada: Homen $ 15,00 Mulher $ 10,00
Informações: Marcio Vaez cel:8125-8295
e na Soulshadow 3338-1566
Cerveja Skol garrafa só c$5,00
Aceita os cartões: Mastercard e Redeshop
Local:
LADY HELL: Rua Bela Cintra, 124 Consolação fone: 3129-4006
Tuesday, November 13, 2007
Vi um fragmento de notícia hoje que dizia que os homens, em gênero, estão vendo menos TV e passando a ficar mais conectados.
Isso prova que a maioria só pega o controle remoto pra conferir filmes e futebol, no resto do tempo se joga na Internet. Se antes a pornografia alimentava as madrugadas frias de conexão ruim, hoje, além da putaria, os machos, em gênero, encontraram outras formas de passar o tempo que não só sexo. Sexo ainda é o mais requisitado, claro! Mas todo homem, em gênero, tem uma grande propensão a ser nerd. Com isso, um passo para a escravidão prazeirosa das hoje boas conexões é fato.
Eu já fica muito tempo conectado e de uns tempos pra cá parece que esse link está estável, nunca cai. Só acho que cada dia que passa tá mais difícil administrar o tempo de uma forma produtiva. Como relatei aí embaixo, fiquei horas para atualizar o material do Harry em apenas um dos serviços on-line. Se antes só existia os newsgroups (lembra?), agora a coisa pega com essa dita "Web 2.0". Haja tempo pra cuidar de todos os perfis, de todos os posts e, claro, do gerenciamento on-line do pessoal que trabalha a sua volta.
Se antes chamavam de vagabundo quem ficava na frente da TV noites a fio, do que chamaremos a nós, seres condenados a atualizar perfis infindáveis? Na era da TV fazia-se o passivão, agora na Rede a coisa tá mais pra sexo viril, com muitas sem tirar. Com direito a cochilo depois do gozo.
Sim, um dia todo dedicado à banda que trouxe o meu selo Fiber Records vir à tona. Hoje, finalmente, a Last FM reconheceu que o Harry é uma banda que lançou trabalhos por mim e pude dar uma turbinada nas infos que estavam no portal. Têm músicas pra download, novas fotos, links pra comprar o box e, também, um vídeo. Aliás, um beta-clipe como chamo já que nunca divulguei essa edição pra "Saviour" que era pra ser o clipe promocional do box-set "Taxidermy". Taí:
Também deixo o recado para os visitantes que a edição limitada do box está chegando ao seu final. Terei um estande da Fiber Records no Machina Festival II e espero vender as últimas cópias por lá. Como disse pra banda, tudo que a gente arrecadar com a venda do box, colocaremos no futuro lançamento de um DVD do Harry. Bom, quem ainda não comprou pode dar uma forcinha, né?
www.fibershop.com.br
www.harrynet.com.br
www.fiberrecords..com.br
www.machinafestival.com.br
Thursday, November 08, 2007
Wednesday, November 07, 2007
Muita gente não sabe, mas assim que saí da Cri Du Chat Disques, montei um site pra continuar falando de música eletrônica, como hobby. Hoje, depois de mais de uma década, o site continua firme e forte apoiando centenas de produtores e bandas de música eletrônica, nacionais e até internacionais.
Também fizemos centenas de coberturas de eventos, shows, festas e festivais. A maioria das fotos não iam pro site, porque nunca tivemos galerias bacanas.
Pensando nisso, resolvi criar um conta no Flickr e disponibilizar os sets de fotos de todas as coberturas que fizemos e que estão mofando no nossos HDs.
Vai demorar pra colocar tudo, mas todo dia eu postarei novidade por lá. Confiram. O ecletismo sonoro vai desde 242 e Portishead, a Ellen Allien, Montage e Amduscia.
Vejam em http://www.flickr.com/photos/18828143@N05/
E pra quem não conhece ainda, www.fiberonline.com.br
Friday, November 02, 2007
Não quero perder por nada. Quem já viu a dupla ao vivo sabe do que estou falando. Uma massa sonora, mais bombardeios de luzes e vídeos que deixam todos envolts numa vigegm lisérgica sem precisar de nada quiímico.
E Devo, Vitalic. 2 Many DJs, Alexander Robotnic. Esse já não posso garantir. Mas que vai rolar uma sensação de desolação, isso vai.
Sunday, October 28, 2007
Poderia ser só mais um erro de digitação. Até mesmo um lapso do designer. Lembrando que a MTV se tornou a antena retransmissora do miguxismo, agora pode ser tornar também a fonte do anafalbetismo explícito.
Creio que seja o primeiro ano que não darei as caras no Tim Festival. O duro é não ir por preguiça. Como explicar isso? Excesso de trabalho, três noites seguidas de discotecagem, sono comprometido... Nunca foi desculpa pra mim. Desde que me conheço por "ser notívago", nunca levei em consideração o corpo e a mente. Sempre há o dia seguinte, aquele que pegamos mais leve.
Apatia me consumiu. Amo Hot Chip, tentei trazê-los para um evento em 2006, tenho todos os CDs além de inúmeros remixes. Se fosse em outra época, já teriao ingresso na mão. O line up do Arena não me atrai como um todo, mas Hot Chip valeria qualquer esforço. Bom, valeria.
Wednesday, October 24, 2007
Demorei pra assimilar o Justice. Já venho acompanhando o trabalho do rapaz há um bom tempo, mas pra mim era tudo muito ligado ao universo break/street dos anos 80. Já tinha visto muita gente fazer a tal "releitura" e nem prestei muita atenção.
Comprei o álbum. Deixei mofando um tempo até o hype dar uma baixada. Foi a melhor coisa que fiz, já que pude ouvir o álbum sem tanta influência externa (como se hoje em dia fosse possível).
Em "Cross", o álbum, dá pra notar que o som é moderno sem interpretações distorcidas para o adjetivo. As referências são tantas que dizer que pegou só carona no anos 80 é bobagem. Já deixei essa impressão que tinha. Tem fragmentos de Daft Punk e filmes trash italianos. Por falar em Itália, tem Italo Disco, bem kitsch. Aliás, tudo é bem kitsch. Modern kitschy.
Minha intenção não é fazer uma crítica do álbum, faixa a faixa, mas dizer que às vezes não vale acreditar no lema "don't believe the hype". O hype aqui tem fundamento.
Tuesday, October 23, 2007
Já fiz um post sobre o ECAD e como tenho respeito pelo órgão, mas fico totalmente sem entender quais as regras que ele utiliza para recolher os direitos autorais. Enfim, a novela continua.
Agora o assunto é rádio on-line e podcasting. Será que um site de fã, que divulga um gênero ou um artista, que não recebe um tostão pelo árduo trabalho ainda tem que pagar pra executar músicas de terceiros? Não estou falando de download, hein? Streaming! Não se leva nada pra casa, exceto o som.
A controvérsia está lançada. Se esse site tem propaganda de afiliação a algum serviço comercial como Submarino, Americanas, daquele que raramente alguém clica e recebe-se uma merreca, quando recebe, tem que pagar direitos autorais que podem chegar a R$ 500 por música!
Mantenho um site há 10 anos, o FiberOnline, o qual hospeda produções independentes de artistas. Somos apenas uma ferramenta on-line, ou seja, os artistas são os responsáveis por colocar suas músicas no site. Se não querem mais, apagam. Tudo bem claro.
Temos um serviço para ajudar a promover os produtores, a Rádio Fiber, aí o ECAD entende que devemos pagar. Mas, pagar pra quem? Para os produtores que disponibilizaram suas músicas gratuitamente, atestando por e-mail que podemos usar as músicas na rádio? Aí que mora a questão: O ECAD exige uma declaração por escrito, com firma reconhecida pelo autor para dispensar o pagamento.
Não estou falando de vínculo com gravadora, apenas de produtores que lutam por um espaço na selva virtual!
Depois reclamam que o mercado de música anda ruim por aqui... Também, né!
Friday, October 19, 2007
Eu fico tão perdido com tanta definição que arrumam para o som industrial de hoje em dia que deixo isso pra quem gosta de rotular.
Dando um toque que o C-Lekktor, uma banda mexicana na linha dos conterrâneos Hocico e Amduscia, fará um show amanhã em São Paulo. estarei por lá tocando clássicos e sorteando DVDs The Neon Judgement - Live At Machina Festival.
No estande da Soul Shadow, além do DVD você encontrará ingressos do Machina Festival II, que acontecerá no dia 30/11 apresentando show exclusivo do Cassandra Complex.
E claro que rola promoção: comprou o DVD + ingresso, paga menos.
Bom, vejo você por lá. O serviço completo está aí embaixo.
Sábado, 20/10, às 23h
ELEKTRO HALLOWEEN:
Show exclusivo:
C-LEKKTOR (EBM mexicano) pela primeira vez no Brasil
Abertura :
NOXIOUS FRACTION & S.T.D. (BRASIL)
DJs:
#ENEAS NETO(FIBERONLINE)
#IVAN (SOULSHADOW)
#LUIZINHO(EBM)
#MARCOS GARCIA (ARMAGEDDON/PROJ.S.O.D )
#PHERRO (69 FETISH FOR FUN/HYSTERIA)
#ROGERIO BOGARI(HYSTERIA/ZOSTER)
#VAGNÃO (TELEVISION/ZOSTER)
Lançamento do DVD The Neon Judgement Live At Machina Festival com sorteio.
Ingressos:
ANTECIPADO R$ 20,00
NA PORTA R$ 30,00
ESTUDANTE R$ 15,00 (até 19/10)
Hole Club
Rua Augusta 2203 - Jardins / SP
Nunca achei fácil lidar com o ECAD. O principio da entidade é até justo: controlar e distribuir receita de uso de direitos autorais de seus associados. Acho justo mesmo. Vários artistas não ganham nada com seus sucessos regravados por diversos artistas famosos, ainda mais na atual onda de queda das vendas de CD. O artista ainda tem o show, mas e o compositor?
Mais do que válido. Tem que ser lógico. E não é. Tratar qualquer evento como se fosse o show da Ivete Sangalo, não dá. Música é tão plural quanto a roupa que as pessoas vestem. Cada uma é feita sobre medida ou cai perfeitament para apenas um grupo de indivíduos. Alguns têm que customizar, outros preferem comprar as mais baratas, feitas em grande escala, porque o que interessa é se vestir.
Agora tenta explicar pro ECAD que você faz um evento alternativo que nenhum dos artistas pertecem a orgãos de arrecadação de direitos autorais porque a maioria nem se preocupa com isso. Querem encontrar um espaço pra mostrar seu trabalho de uma forma livre e sem burocracia. Uma geração que já se acostumou com a internet e não tem vícios como aquela turma que vive nas tetas dos centro culturais pra "descolar uns trocados". Esse pessoal não consegue espaço pra se apresentar. Vive de soluções improvisadas e de ausência de qualidade técnica que às vezes comprometem a execução de suas músicas. Mas mesmo assim, tenta uma brecha, um espaço para mostrar seu trabalho pra pessoas que poder não ter acesso à rede. Democracia explícita.
Mas isso é muito ideológico para o ECAD entender. A coisa funciona à base de doses de burocracia e velhos vícios como os já citados. É um trabalho injusto? Não, de jeito nenhum. A forma como é aplicado, como a maioria das tributações aqui no Brasil, isso sim é injusto.
Temos que aprender que não dá pra viver de imposições. Pagar sim, mas de uma forma justa e que o beneficiado, o criador da obra, realmente usufrua dos serviços do orgão que supostamente foi contratado para tal.
Faça sua parte, como sempre. Em tudo. Esperamos que o ECAD também o faça. De uma maneira justa.
Thursday, October 18, 2007
Preparado pro fim do ano? Sim, outubro está indo embora e com ele se inicia a fase de gastar dinheiro com shows e festas. Pelas minhas contas, precisaria de uns R$ 3 mil pra ir em todos os lugares que quero, incluindo algumas bebidinhas, claro. Mas nunca vi tanto gringo junto em tão pouco tempo! De Devo a Alexander Robotinik, passando por Boys Noize, Hot Chip, Cassandra e Chaka Khan. OK, essa última faz parte dos meus escorregões...
Ah! Tem o She Wants Revenge também. Putz. E agora? O negócio é correr atrás de credencial pra alguns, separar trocados pra outros e tentar encontrar tempo pra trabalhar nos próximos meses.
Para saber as datas de todo mundo, dê uma checada no Google.
Tuesday, October 16, 2007
Nova música do novo álbum de Dave Gahan, "Kingdom". Bom, acho que vocês sabem quem é ele.
http://www.myspace.com/davegahanofficial
Parece que tirei as últimas semanas para fazer uma retrospectiva, então queria deixar aqui um link bacana que recebi de um podcast que foi feito em homenagem ao meu extinto programa de rádio, o Zensor, que rolou de 90 a 94 na 97 FM, a rádio que era rock quando eu tocava eletrônico por lá. Agora é a Energia FM.
Confira aqui: http://www.underground.vocepod.com/
Thursday, October 11, 2007
Conheço a entidade The Neon Judgement há mais ou menos duas décadas. Não sei ao certo como descobri o trabalho da dupla, mas creio que foi em algum programa de rádio dos anos 80, com os do Kid Vinil, acho. Ou pode ser que foi em alguma loja de discos que freqüentava religiosamente. Enfim, lembro que "TV Treated" foi um marco pra mim. Aquele synth gélido anunciando um ritmo mecânico e econômico e de repente uma guitarra. Synthpop com guitarras, mas era mais pesado. Ainda não chamavam de EBM, aquele termo que surgiu com o Front 242 mas que depois batizou toda uma safra de bandas.
Toquei pela primeira vez na pista do Madame Satã, depois de "A Forest" do The Cure e antes de "The Choke" do Skinny Puppy. Lembro que a reação foi maravilhosa. Naquela época, o povo não gostava de ser chamado de "dark" mas era essa turma de preto e olhos pintados que dançava no porão. Não havia separação entre industrial, gótico, synthpop, indie rock, pop perfeito, etc. Tudo era devorado sem os atuais gêneros e segmentações.
Continuei a curtir a banda e comecei a colecionar seus discos. Descobri que tinha material antes dessa música e que a banda estava na ativa preparando um novo álbum. Além de DJ, eu muambava LPs e 12", viajando para a Europa como caxeiro viajante. Numa dessas viagens, fiz contato com uma gravadora e distribuidora belga, a PIAS, que depois descobri que era uma alusão à "Casablanca" (Play It Again, Sam). Além de um catálogo poderoso, a gravadora tinha acabado de assinar contrato com uma banda chamada Neon Judgement! Haja coincidência...
Os anos passam, os anos voam. 2005. Depois de um bom tempo longe da produção de música alternativa, resolvi começar um trabalho focado na valorização dos bons sons. Nasceram o box do Harry e a Fiber Records. Para lançar o selo e comemorar o primeiro lançamento, resolvi organizar um festival que uni-se várias gerações da música eletrônica, com discotecagem e shows. Surgiu o Machina Festival. Queria uma banda internacional que representasse essa ponte entre o "antigo" e o "novo", que nunca tivesse se apresentado no Brasil, com uma sonoridade original e que estivesse ainda na ativa.
Eu tinha recebido uma mensagem via Fiberonline que informava o lançamento de um projeto solo de um dos integrantes do Neon Judgement, Dirk da Davo, que recebeu o nome de Neon Electronics, pois enfatiza o lado mais eletrônico da banda. No Neon Judgement, enquanto Dirk comandava a parte eletrônica, TB Frank era a porção rock. Tinha achado a banda! Dirk apostava numa sonoridade nova se cercando de gente como The Hacker, Vitalic e Terence Fixxmer e o legado do Neon Judgement era inegável! A banda tinha muitos hits por aqui como a já citada "TV Treated", além de "The Fashion Party", "Chinese Black" e "Factory Walk".
Convite feito e aceito. A banda fez um show memorável e tudo foi registrado. Gastei os tubos pra ter o primeiro momento de uma das minhas bandas favoritas em DVD. Gastei tanto que o projeto de lançamento teve que ser adiado. Precisei de grana pra editar e remasterizar o som, fora isso tinha torrado um bom dinheiro no projeto do box do Harry e ainda não tinha obtido retorno. Não é nada fácil manter um hobby caro, mas vício é vício.
No segundo semestre de 2006 comecei os trabalhos. Inicialmente era pra ser um registro geral do Machina Festival, mas nem tudo pode ser aproveitado. O som não ficou legal em algumas capturas e em outras o vídeo deixou a desejar, mas o show do Neon estava perfeito. Mesmo assim, o som realmente precisava ser remasterizado. Master enviada pra Bélgica, mais alguns meses e passei pra edição das imagens. Foram feitas pelo menos cinco versões diferentes.
2007. Finalmente o DVD chega às lojas. E também no E-mule. Não tentei barrar a troca desenfreada pois ainda acredito que existem pessoas que pararão pra ler esse texto, entenderão que manter um trabalho como esse não é nada fácil e para aprová-lo basta fazer a roda girar. Pode parecer mercantilista demais, mas sem a venda, não existe investimentos futuros.
O Machina Festival II está aí e um novo capítulo começa a ser escrito. Desta vez com o Cassandra Complex. vamos ver para onde essa história vai.
Quer saber mais e comprar o DVD do Neon Judgement? Veja o hotsite.
Tuesday, October 09, 2007
Informações sobre o Machina Festival II
Enquanto a comunicação final não fica pronta posto aqui todas as informações sobre a segunda edição do festival Machina Festival, que dessa vez traz um line up todo voltado para as ramificações da música industrial.
Machina Festival II traz o show da banda européia Cassandra Complex pela primeira vez ao Brasil
São Paulo
30 de novembro de 2007
Blue Space
Depois do sucesso alcançado em sua primeira edição, que em 2005 levou para o palco principal da lendária Broadway a dupla belga The Neon Judgement e a cultuada banda santista de rock eletrônico Harry, o Machina Festival está de volta e traz um line up dedicado à música industrial e suas vertentes, como electronic body music, power noise e industrial techno, entre outras.
O Machina Festival II acontecerá no dia 30 de novembro na casa noturna Blue Space, em São Paulo, e traz pela primeira vez ao Brasil o show da banda inglesa Cassandra Complex, uma das mais influentes do cenário eletrônico alternativo mundial desde o início dos anos 80.
Distribuida em duas pistas distintas, a programação especial reúne shows e live PAs, discotecagens especiais e projeção de vídeos raros que mostram a evolução da música industrial nas últimas três décadas, destacando as bandas e projetos referenciais da música industrial do Brasil. Entre eles estão o pioneiro Simbolo, precursor da electronic body music no Brasil, Bad Cock vs Aire´n´Terre, que marca o encontro dos projetos eletrônicos de HansenHarryEBM (vocalista e líder do Harry) e do artista multimídia e produtor musical Wandeclayt (Aire´n´Terre) e o Skulk: [Partition Root], uma das grandes promessas brasileiras do rock industrial, entre outras atrações.
Line up do Machina Festival II
Pista 1 – Shows com discotecagens intercaladas
Gengivas Negras
Machine Revenge vs Vector Commander
Dead Jump
Simbolo
Cassandra Complex
Bad Cock vs Aire´n´Terre
Mobius Project
Skulk: Partirion Root
Homicide Division
DJs – Eneas Neto, Tonyy e Peque
Pista 2 – Somente DJs
Nilsão (Ressurection)
Ivan (Soulshadow)
Marcio Vaez (Substance)
Rodrigo Cyber (Resistance Bear/Ressurection)
Ed Hunter – (Noise Democracy – RJ)
Sintetik (Cybernetic Faces/Danse Macabre Records)
Luizinho EBM
Pherro(69 Fetish for Fun, Electro Fetish Party)
Rogério (Projeto Hysteria)
Wagnão (ex-Zoster)
Cassandra Complex
Formado em 1980 na Inglaterra, o Cassandra Complex tem como figura central o visionário cantor e produtor Rodney Orpheus, autor de hits como “(In Search of) Penny Century” e “One Millionth Happy Customer”, faixas que fizeram parte essencial da história da música eletrônica alternativa dos anos 80, com raízes na música industrial e na electronic body music. Há mais de duas décadas o Cassandra Complex tem sido uma importante referência no cenário electro-gótico-industrial, o que levou a banda a ter algumas de suas faixas remixadas por artistas como Front 242, Borghesia e Apotygma Berzerk.
http://cassandracomplex.co.uk/
http://www.myspace.com/cx2k
Simbolo
Aqui no Brasil, a música eletrônica brasileira tem na figura dos músicos e produtores Martin Neto e Joel Jr. uma de suas expressões mais radicais. Na segunda metade dos anos 80, a produção do Simbolo foi marcada pela união do peso das batidas influenciadas pela música industrial com as experiências com vocoders, sequencers e samplers, registradas nos álbuns Le Sacre du Printemps (1992), In the Danger Zone (1995) e Music From the Masses (1996), todos lançados pela Cri du Chat, o primeiro selo independente dedicado exclusivamente à música eletrônica no Brasil.
www.myspace.com/osimbolo
www.fiberonline.com.br/MARTIN
Bad Cock vs Aire’n’Terre
Este live marca o encontro de HansenHarryEBM (vocalista e líder do Harry) e do produtor musical e artista multimídia Wandeclayt (Aire’n’Terre). Formatado especialmente para o Machina Festival, o Bad Cock vs Aire’n’Terre apresentará intervenções sonoras em que um artista interage na produção do outro, num mix de referências e afinidades musicais eletrônicas que vão do technopop às manifestações mais dançantes da música industrial.
www.fiberonline.com.br/hansenharryebm
Skulk: [Partition Root]
Com um elogiado álbum de estréia lançado de maneira independente no ano passado, o Skulk já se firmou como uma das novas promessas do rock industrial do Brasil. Entre faixas de “Plugged” e algumas inéditas, o trio mostra ao vivo algumas de suas “subversões” enfurecidas para clássicos como “Burning Inside” (Ministry) e “She Bop” (Cindy Lauper).
www.fiberonline.com.br/skulk
Deadjump
Deadjump é um dos artistas da geração electro/industrial surgida no Brasil no meio da década de 90. No ano passado lançou “Immortal”, seu quarto álbum, que rendeu ótimas resenhas e comentários em sites e revistas especializadas em música eletrônica alternativa de diversos países como Polônia, Bélgica, México, Alemanha e República Tcheca. Fãs de bandas como Skinny Puppy, Leaether Strip, Hocico, Wumpscut, X Marks The Pedwalk, Suicide Commando são alguns dos admiradores dos “Deadjump sounds”.
www.fiberonline.com.br/deadjump
Mobius Project
Um dos principais expoentes do synth e do future pop nacional, a banda liderada pelo DJ e produtor carioca Guga foi um dos destaques do Electro Fetish Party, realizado em SP no mês de junho, e fez uma abertura memorável para a dupla italiana Syrian. Ao vivo, o Mobius apresentará suas composições próprias como “Hell” e “Ghost in the Shell”, além de algumas versões para antigos e novos clássicos da música alternativa.
www.fiberonline.com.br/mobius_project
Gengivas Negras
Formado por Carlos Morevi e Theo, dos projetos Fetalcohol e Mechanotremata, respectivamente, o Gengivas Negras completa este 10 anos de experiências sonoras com base na música concreta e industrial. Juntos, reprocessam sons com o uso de pedais de distorção, softwares e samplers, além de utilizarem baterias eletrônicas, geradores de ruído e outras fontes de barulho para formar um espectro particular no universo da sonoridade industrial e da espontaneidade da música noise.
www.fiberonline.com.br/gengivasnegras
Homicide Division
Com um álbum lançado nos Estados Unidos e Europa, a dupla Alexandre Lira (Reality) e Paulo Lanfranchi (Security Device) utiliza plataformas digitais para criar verdadeiros petardos electroindustriais que abordam de maneira pungente temas como guerra, violência, ameaças químicas e drogas. Ao vivo, a identidade visual da banda remete remete ao para-militarismo com seus equipamentos de combate, máscaras de gás, óculos de proteção e uniformes camuflados.
www.fiberonline.com.br/homicide
Machine Revenge vs Vector Commander
Em formato inédito para o festival, o DJ e produtor Alex Strunz apresentará no mesmo live PA seus dois projetos eletrônicos. Com o Vector Commander, Alex explora os recursos de seu hardware para produzir um techno de bases pesadas com timbres metálicos. Já em seu novo projeto, o Machine Revenge, ele propõe uma fusão bombástica entre vertentes da música industrial - como a electronic body music, o noise e o crossover - que ao vivo torna-se ainda mais energético com os vocais processados do MC de EBM Erick Thurm.
www.fiberonline.com.br/machinerevenge
www.fiberonline.com.br/vectorcommander
Sobre o Machina Festival
Em novembro de 2005 foi realizada a primeira edição do Machina Festival, na casa noturna Broadway, em São Paulo. O evento, que atraiu aproximadamente 1300 pessoas entre fãs da música eletrônica alternativa do passado e do presente, fez uma ponte entre várias épocas deste gênero musical e conectou estilos como o rock eletrônico, o industrial, o techno e o electro, com um line up encabeçado por duas lendárias bandas: o Harry, que foi um dos destaques do festival Ampli Vol.2 – realizado no Sesc Pompéia em junho de 2006 – e o duo belga The Neon Judgement, pela primeira vez no Brasil.
Além destas duas atrações referenciais no processo de evolução da música alternativa, no Brasil e no mundo, o Machina Festival levou ao palco os novos talentos da música eletrônica brasileira. Por lá passaram as bandas Montage e Voz del Fuego, do Ceará e Rio de Janeiro, respectivamente, a dupla Human Machine, formada por Martin Neto (Símbolo) e pelo internacionalmente premiado VJ e produtor musical Spetto, o projeto Oil Filter (um dos precursores do techno no Brasil) e o quarteto paulistano de electrorock Kronk, além de discotecagem de DJs que contribuiram ativamente no crescimento do cenário eletrônico do país como Eneas Neto (Zensor, Cri du Chat, FiberOnline), José Roberto Mahr (Programa Novas Tendências) e Renato Lopes (Smartbiz, Nation, Madame Satã), entre outros.
Sobre o FiberOnline
O portal Fiberonline acaba de completar dez anos de atividades dedicadas à expansão e desenvolvimento da música eletrônica no Brasil. Idealizado pelo jornalista multimídia Enéas Neto, o FiberOnline hospeda e destaca a produção nacional em seus diversos estilos e oferece ampla cobertura da cena eletrônica com notícias, artigos e entrevistas com artistas nacionais e internacionais, além de milhares de faixas para download gratuito. www.fiberonline.com.br .
Eneas, entre outros empreendimentos, foi o responsável pelo selo independente Cri du Chat Disques, apresentador do programa Zensor, pioneiro em música eletrônica, criado em 1994 na rádio paulista 97 FM, e está à frente do portal de música eletrônica FiberOnline e da produtora multimídia Fiber Interactive.
Sobre a Fiber Records
A Fiber Records prioriza trabalhos nunca antes lançados em CD. Ainda que não seja um selo de música eletrônica exclusivamente, está voltada para projetos diferenciados, que resgatam artistas fundamentais para a cena eletrônica atual.
Sua estréia foi em novembro de 2005 com o lançamento de “Taxidermy – Boxing Harry”, que resgatou de forma primorosa o legado deixado pela lendária banda santista de rock eletrônico Harry. Trata-se de autêntica edição de colecionador, contendo num box especial, pela primeira vez, três CDs que cobrem toda a discografia da banda. Os álbuns “Fairy Tales” e “Vessels’ Town”, além do primeiro e raro EP “Caos”, ganharam remasterização digital e edição com as capas originais.
Recentemente, a Fiber Records lançou O DVD “The Neon Judgement – Live at Machina Festival”, um registro digital do antológico show que a cultuada banda belga fez no palco da Broadway, em novembro de 2005, no evento que comemorou os primeiros oito anos de atividade do portal de música eletrônica FiberOnline.
Sobre a Blue Space
Localizada na Barra Funda, próxima ao Metrô Marechal Deodoro, a casa noturna Blue Space tem capacidade para abrigar 1500 pessoas e comporta duas pistas (sendo a principal com um amplo palco), quatro bares, camarotes e um aconchegante lounge.
Serviço:
Machina Festival II
Quando: 30 de novembro – sexta-feira – a partir das 22h
Onde: Blue Space - Rua R: Brigadeiro Galvão, 723- Próximo ao Metrô Marechal Deodoro
Info: (11)3262-4881 - contato@machinafestival.com.br
www.machinafestival.com.br
Capacidade: 1500 pessoas
2 Pistas de Som, 2 Palcos, Ar-Condicionado, 2 Bares, Chapelaria, Preços Acessíveis, Segurança, Higiene, Conforto, Camarim, Ótima Localização
Ingressos:
R$ 60,00 - na porta (em caso de disponibilidade)
R$ 50,00 - 2º lote – de 1/11 a 29/11
R$ 40,00 - 1º lote – de 15/10 a 31/10
R$ 30,00 – cota limitada para estudante*
Pontos de venda:
(a partir de 15/10)
Soul Shadow
R. 24 de Maio 116, sobreloja 10
Tel.: 3338-1566, Centro, São Paulo
Escritório FiberOnline
Alameda Ribeirão Preto, 258
Tel.: 3262-4881. Bela Vista, São Paulo
* Ingressos para estudantes somente neste ponto de venda
Mais pontos de venda em breve
Vendas On-line
Fiber Shop
www.fibershop.com.br
Passos Noturnos
www.passosnoturnos.com
Promoção:
Compre ingresso na Fibeshop, no escritório da Fiber ou nos estandes em festas (a serem anunciadas) e ganhe um vale-desconto de R$ 10 para se usado na compra do DVD The Neon Judgement – Live at the Machina Festival
Wednesday, October 03, 2007
A história começou com um post que fiz na comunidade do meu extinto programa de rádio, o Zensor:
"O DVD do Neon Judgement ao vivo no Machina Festival de 2005, já está disponível. Veja o hotsite com três músicas em streaming - http://www.fiberrecords.com.br/neonjudgement/ Compre direto em www.fibershop.com.br"
Sim, estava divulgando o lançamento do DVD. Apesar de saber que o mercado anda retraído, acho que projetos bacanas merecem um tratamento diferenciado. Coexistência de mídias.
"Valeu. comprando para prestigiar novas excursões de outras bandas.. baixar é bom mas se formos pensar somente em ganhar terminaremos aonde???
Prestigiemos quem de direito merece.
Pablo"
Caramba, até esperava que outras pessoas pensassem assim, mas não que pudesse vir acompanhado de uma declaração espontânea. Isso me fez ficar animado novamente. Afinal, por aqui a gratuidade ficou tão escancarada que muitos não perceberam que é um tiro no pé.
"Valeu, Pablo. Se houvesse um balanço bacana entre comprar e baixar, os mercados não estariam tão ruins. Não dá pra ser hipócrita e não baixar nada gratuitamente também, porque a oferta hoje em dia supera a demanda em milhões de vezes, mas projetos independentes e diferenciados só permanecerão vivos se tiver algum retorno financeiro, no mínimo para cobrir as despesas."
Agora é esperar que o pessoal que gosta e incentiva manifestações independentes tenha a mesma reação. Afinal, é um círculo que precisa permanecer vivo. Hoje ainda compramos um produto físico. Não sei se daqui uma ou dois anos ainda faremos isso mas, com certeza, quem mexe com música alternativa, como eu faço, encontrará outra formas de continuar a espalhar o evangelho pelo séquito.
Wednesday, September 26, 2007
Estou tão vidrado em The Normal novamente que, procurando por registros em vídeo deste proto-electro-punk inglês, encontrei essa versão com uma turminha da "pesada".
Thursday, September 20, 2007
Viagem é feita para descobrirmos coisas novas, hábitos dos moradores, lesar muito, descansar, encher a cara em algumas noites mas não combina com tristeza. Aliás, é um sentimento proibido quando se está bem acompanhado, num lugar bacana e se divertindo muito.
Foram apenas dez minutos. Tempo de entrar, sentir uma atmosfera densa porém totalmente asséptica pela falta da presença de humanos. Espalhados pelos arredores daquela enorme sala, milhares de corpos metálicos esperando por um mínimo de atenção. Um rapaz entra e rapidamente percebe que cometeu um engano. Não era o que procurava. Novamente a sala fica vazia. Apenas uma pessoa responsável por manter tudo em ordem permanece. Posso dizer até que estava de mãos atadas, pois nada pode fazer.
É assim foi minha sensação ao entrar no que já foi uma das melhores lojas de CDs de Barcelona. Há menos de quatro anos, gastava ao menos três horas em cada uma das lojas que costumava visitar nas viagens pela Europa. Sempre encontrava muitos discos e DVDs. Hoje foi uma experiência péssima. Nada me motivava a gastar vinte euros naquela compilação bizarra de hits espanhóis dos anos 80. "Acho na Internet", pensei. Saldo da viagem: dois DVDs e um box limitado com 10 CDs.
Senti pela primeira vez como o mercado está em mutação. Claro que acompanho tudo o que ocorre no seguimento, que as vendas de discos caem todos os anos, que as pessoas começaram a baixar e até pagar por isso mas ainda não tinha conseguído entender como isso afetaria esses pólos de troca de informação chamados simplesmente de lojas de discos. Aqueles encontros semanais para bater papo com amigos distantes, as indicações do vendedor, as novidades espalhadas nas prateleiras... Sim, deu saudade. Justo eu, uma pessoa totalmente a favor da tecnologia, que entende a troca constante de plataformas e tal.
Me senti fragilizado e muito triste. A música sempre vai existir, mas como vamos interagir com ela, isso ainda está sendo escrito. Engraçado, antigamente bastava dar o "play", não?
Tuesday, September 18, 2007
Em 2005, um frequentador da festa que se mudou para Barcelona propôs uma edição da Trash 80's em terras catalãs. De uma maneira improvisada, mas feita com muito carinho, a festa rolou num bar bacana e atraiu muita gente, Depois de um hiato de dois anos, voltou-se a cogitar a realização da festa. Desta vez o lugar seria maior e contaria com uma equipe de produção.
Quando fiquei sabendo que poderia realmente acontecer, não pensei duas vezes: queria participar. Havia dois anos que não tirava férias e, workaholic como sou, nada melhor do que uma viagem que fosse um híbrido de diversão e trabalho.
O maior temor pra mim era a possível reação do público. Apesar de contar com muitos brasileiros, imaginei que nem todos fossem entender a proposta de festa.
Cheguei em Barcelona e não vi nenhum cartaz ou flyer espalhados nos "points". Fiquei um tanto temeroso, mas mesmo assim confiei na turma local, pois sei que a Trash existe em boa parte pelo boca-à-boca.
Encontrei os trashers de Barcelona, Gus e seus amigos, e todos superanimados e numa grande expectativa. Duas horas de espera para o bar abrir, pra que pudéssemos montar setup de som e decor, surge a primeira boa surpresa, O lugar é lindo, dois ambientes bem definidos, sendo um com bar, pista, camarotes e palquinho (sim, aqui também tem um), enquanto o lounge (atendendo minhas preces) é área reservada para fumantes. Sim, aqui ninguém fuma na pista de dança. Bom, até certo momento....
Dividimos o som em três horários: Giacomo abrindo, Eu no meio da noite, Henri fechando. OK, tudo certo vamos começar a festa. Bem, não foi assim... O equipamento de som ficou muito a desejar. Antigos CDJs Denon que não lêem todo tipo de mídia já me assustou. O técnico de som, apesar de muito solicito, não sabia como funcionava o Serato Scratch Live (eu só levei esse equipamento e o note). Arregacei as mangas, montei, testei, tudo certo. Agora sim, vamos começar.
Giacomo abrindo, como planejado, optou por uma mescla 80's de pop e alternativo que nunca fizemos na Trash, afinal é uma festa que propõe o lado divertido dos anos 80 e não o sério. Mesmo assim, cumpriu bem sua parte.
Na hora que comecei a tocar, problemas técnicos surgiram. O Serato nåo rolava bem. A casa, a esta altura, já estava lotada e o som abria o bico. Algumas músicas depois, os CDs do Serato não conseguem mais ser lidos pelo Denon. Bate o pânico. Pedi pro Gus levar o case dele, em caso de emergência, o que realmente aconteceu, e o Denon mostra as garras novamente. Nem todas as mídias conseguem ser lidas e pra me apavorar mais, case é algo muito individual. No caso do Gus, muitos CDs não tinham os nomes escritos! Bom, consegui contornar e encerrar o set sem que ninguém percebesse o caos.
Henri entrou na sequencia com um progressive house. Apesar de constar no flyer que iria tocar isso, muita gente reclamou dizendo que era uma festa 80's. Depois de muito ouvir, volto ao som e ponho a pista pra ferver com hits clássicos da Trash, como Paquitas, Balão Mágico, Grafite, Magal e os internacionais, Madonna, Culture Club, etc.
Pra minha surpresa o sistema de som frontal é desligado, ficando apenas minha caixa de retorno servindo de som ambiente até o término da noite. O motivo: segundo o dono do Café Noir, as festas ali terminam por volta de 3h e já eram quase 4h! Bom, aquela história que a noite não tem hora pra terminar aqui em Barcelona não se confirmou.
Independente disso, a festa foi ótima, as pessoas gostaram (pelo menos os feedbacks têm sido positivos) e esperamos que nas próximas acertaremos as pequenas falhas dessa ediçã0.
O que mais me agradou foi que o espírito de festa de amigos esteve vivo durante toda a noite. Fato que comprova a diversão garantida mesmo cruzando o Atlântico.
Monday, September 17, 2007
É a terceira vez que venho à capital catalã. A primeira a ficar mais do que cinco dias. Das outras vezes, foi um misto de trabalho e lazer com tempo espremido, que não permitia explorar a cidade como normalmente gosto de fazer.
Não que o trabalho ficasse de fora nesta. Um dos motivos foi realizar uma edição da Trash 80's por aqui. Comento isso noutro tópico. Agora posso passar mais quase duas semanas na regiåo e conhecer o dia-a-dia catalão.
Já de cara quebro um dos mitos: que a diversão em Barcelona não tem hora pra acabar. Como nas outras vezes fiquei perto das Ramblas, sempre tinha um ou outro lugar pra comer mas mesmo assim fechava cedo. O que se confirma agora. Estou no bairro conhecido com Born, uma área de La Ciutat Vella que vem sendo redesenhada e promete ser um dos bairros mais legais pra se viver em Barcelona - pra quem gosta de buxixo. O problema pra os novos moradores tem sido a presença das colônias de imigrantes que se espalham pelos cortiços fincados em casa seculares que, agora, se sentem ameaçados com a possibilidade de expulsão do bairro. Típico conflito social até em São Paulo vivenciamos.
A vantagem de morar por aqui é a proximidade de tudo, o ritmo de vida, parques maravilhosos por perto. A desvantagem, um pouco de barulho e muita muvuca turística, apesar de não estar no Barri Gotic.
Agora vou sair, explorar La Ciutadella.
Tuesday, September 11, 2007
Por que eu escolhi a TAP pra viajar? Não queria ficar mais que uma hora num vôo de conexão, seria a resposta. Eu sempre escolho Lufthansa e British Air. São lindas, confortáveis, cordiais, um pouco mais caras é verdade, mas estresse zero. Minhas experiências com Ibéria e Alitalia foram péssimas, mais de uma vez em cada. Já descartada. Todas as companhias fariam conexões de pelo menos quatro horas e eu bem sei que "caos aéreo" não é uma especialidade apenas brasileira. Na TAP, apesar dos pesares, sempre viajei tranqüilo. OK, foi uma vez só. Mas foi tudo bem!
O drama começa quando comento isso com dois amigos da "área". Um me avisa que minha opção "não poderia ser pior". O outro me diz que a TAP é OK mas o problema "é o extravio das bagagens".
Ainda tenho que enfrenta uma agente patza que esquece que tenho quase dois metros de altura e "não repara" que o assento reservado é entre as poltronas centrais.
Bom, em todo caso, desejem-me boa viagem. Sei que os fins sempre justificam os meios. No meu caso, bem no meio mesmo....
Monday, September 10, 2007
Levante o dedo quem nunca teve problema com a Telefónica. Não dá pra negar o salto que a comunicação deu depois da abertura do mercado. Lembro que na época da Telesp, aqui em São Paulo, a gente fica anos esperando por uma linha que nunca vinha. Tinha que ir pro mercado negro, em que os preços eram exorbitantes e as pessoas usavaam o telefone como investimento.
Hoje temos uma linha fixa em poucas horas. Quem bom, né? Eu não acho. Não existe concorrência direta em telefonia fixa e os espanhóis deitam e rolam. Cobram taxas que não existem, inventam serviços, dificultam qualquer tipo de cancelamento desses serviços ou mesmo da própria linha. Um verdadeiro deserviço.
Estamos falando do Brasil, claro. Opa, não fique tão certo disso. Como estou indo pra Barcelona, resolvi pesquisar um pouco sobre wi-fi, hotspots, telefonia, entre outros serviços de comunicação. Qual foi minha surpresa quando encontrei esse texto aqui, ó:
http://vidaembcn.blogspot.com/2007/03/telefonica-espaa.html
Parece que o buraco é bem mais embaixo... Graças aos deuses da tecnologia, cada vez menos dependo dessa companhia pra me comunicar. Espero ter a liberdade total, inclusive nas minhas empresas. A gente sempre odiou a falta de opções, mas parece que tem gente que prefere que as coisas continuem assim. Com certeza, a Dona Telefónica não fará parte da minha vida por muito mais tempo. Da Vivo eu já me livrei.
Monday, September 03, 2007
Eneas diz:
Quinta-feira, Maio 09, 2002:
Até quando vou ter que aguentar esta vida sem conexão 24h?
cyber vaca // 21:49 comments
Eneas diz:
hahahahaha
Eneas diz:
mágoa da conexão discada
Leco diz:
uma pessoa com conexão discada jamais poderia se autodenominar cyber nada, vá!
Eneas diz:
era em casa
Eneas diz:
numa era pré speedy
Leco diz:
2002
Eneas diz:
só tinha conexão dedicada no escritório
Leco diz:
agora que eu vi
Leco diz:
eu mesmo fui ter speedy bem depois que a maioria das pessoas, em 2003
Leco diz:
aliás, eu me resolvia muito bem com conexão discada.. mas como a trash obriga as pessoas a se conectarem, providenciei uma conexão boa..
Como vivíamos sem conexão dedicada, hein?
Friday, August 31, 2007
E não é que vou me aventurar novamente pela "praia" da música industrial? Entre diversos projetos, de música experimental à baranguice 80, dos ritmos classudos ao minimal electro, mas não deixo de fazer festa para os órfãos do Zensor e Cri Du Chat.
Foram anos de um trabalho bacana que não pode ser esquecido. Numa época que novidade dura cinco segundos, artistas que escreveram um legado merecem tratamento VIP. Foi assim com o Harry e The Neon Judgment em 2005, agora será com The Cassandra Complex e Simbolo.
O Simbolo (sem acento mesmo) faz 19 anos hoje! Fiquei sabendo disso numa troca de e-mails com o Martin, líder do projeto, quando estava confirmando a participação desse ícone da música industrial brasileira para a segunda edição do Machina.
"Caramba, quase duas décadas", pensei. Mas quando lembro que a Cri Du Chat surgiu no final da década de 80, me assusto ainda mais! Como o tempo passo rápido! Hoje, graças ao orkut, LastFM, Myspace, entre outras comunidades, mantenho contato com muita gente que nem sequer conviveu (alguns nem nasceram) na época do selo ou mesmo do meu programa de rádio. Pessoas que admiram um trabalho que não vivenciaram quando foi lançado.
Associo isso aos discos mofados do Pink Floyd, Automat, Donna Summer e Beatles que meus tios ouviam quando eu era pequeno. Na adolescência eu execrava a possibilidade de ouvir essa turma, pois queria estar ligado a artistas do meu tempo! Nunca me coloquei na posição de "dinossauro da música eletrônica" mas ao receber scraps dessa turminha nova, percebo que o que eu tinha era medo de encarar as referências sonoras. Medo de gostar das músicas que eram consideradas "defasadas" demais. Pura bobagem. A turma de hoje não se prende mais ao sincronismo de lançamentos que as publicações antes impunham. A própria internet proporciona o saudável lapso de tempo.
Bom, mas o assunto é o Machina Festival, não? Sim, O segundo nome é a banda do Rodney Orpheus qu eu simplesmente amo de paixão. O nome Cassandra Complex nem foi cogitado para o Machina II, já que tava tudo certo com o Front 242. Os belgas cancelaram, veio o baixo-astral e numa conversa informal com o Ivan da Soulshadow ele lança, "e o Cassandra?". Putz! lembrei qu e o Codenys tinha remixado os ingleses e pedi o contato do agente que prontamente me respondeu e fechamos tudo!
O Machina Festival é uma festa para matar saudade dos bons sons, uma forma de mostrar pra uma nova geração que antes de nu-metal já existia industrialismo e que esses redescubram gente que faz trabalho sério há tanto tempo e continua na ativa.
O festival será no dia 24 de novembro e, além do Cassandra e Simbolo, mais nomes serão anunciados para o espaço "Live", dedicado a shows. Ainda teremos o "Basement" que é a pista na qual DJs da cena alternativa poderão tocar a vontade seus hits e obscuridades, e o "lounge" com estandes de CDs, DVDs, roupas, etc.
No dia 12 de setembro daremos a largada no projeto, mas como todo pai, fico ansioso pro meu filho vir ao mundo logo!
Tuesday, August 28, 2007
Numa lista de conexões possíveis, reparei o quanto é complicado o jogo das probabilidades. Hoje tenho 40 anos. Pra mim nada mudou, continuo a ouvir música, trabalhar e tentar levar uma vida bacana. Antes dessa tal de internet, pessoas com o mesmo gosto musical que eu se aglutinavam freqüentando lojas de discos, ouvindo rádio, indo a festas e clubes, lendo revistas. A possibilidade de encontrar alguém interessante estava atrelado ao convívio social.
Hoje tenho centenas de amigos no orkut, outras dezenas no LastFM ou no Myspace, fora a turma do MSN (muitos migraram do ICQ), a gangue dos anônimos "daquelas" comunidades mais, diremos, pessoais... Somam-se, ainda, milhares de pessoas que têm algo em comum. O jogo de possibilidades se amplificou e até tornou o relacionamento direto uma utopia.
Se por um lado consigo o que eu quiser com um clique, já não posso dizer o mesmo de um saudável bate-papo (virtual mesmo) no qual a diversão seria a troca de conhecimento entre duas ou mais pessoas. Na era pós-Google, todas as respostas estão disponíveis. Parece que tudo se tornou previsível.
Mas o que isso afeta o meu dia-a-dia? Com certeza a possibilidade de algo se tornar apto a ser descoberto sem que as informações sejam tão precisas. Se antes a subjetividade e, porque não dizer, o "chutômetro", abriam possibilidades de escorregões homéricos ou mesmo a construção de um ícone que nem existia, hoje o conto de fadas cai na primeira busca.
Será que busco um romantismo perdido? Eu, que sempre fui adepto ao novo, à informação imediata?
O dilema de possibilidades me intiga mais do que a quantidade de informação absorvida em casa segundo.
Experimentar sempre, mesmo quando o que parece incerto, tem a resposta na ponta dos dedos. Em questão de microssegundos.
Wednesday, August 08, 2007
Nunca tanta gente veio fazer show no Brasil como nos últimos anos. Parece que todo mundo descobriu o enorme mercado que temos por aqui. Há uma década a gente contatava nos dedos quem tinha dado pinta pelos palcos brasileiros, mas agora toda semana tem algo pra ser visto. E não são só shows musicais. Têm espetáculos multimídia, montagens da Broadway, exposições diversas, uma verdadeira fauna cultural.
E os DJs e produtores? Se antes tínhamos que esperar pelos festivais, agora todo dia tem um grinso se apresentando. OK, o dolar está mais barato, as casas se profissionalizaram, a Internet tem ajudado muito a descobrir coisas novas e tal.
Aproveitando esse boom, eu também me aproximei desse universo. Com festinhas eletrônicas como Silver Tape e Machina nomes como Amduscia, Antipop, Neon Judgemmet e Syrian vieram se apresentar por aqui. Infelizmente nem sempre dá pra fazer algo viável, mesmo com os custos mais baixos. E o maior problema, por incrivel que pareça, é o público que continua reclamando que não tem show "bom" por aqui!
Faço uma reflexão constante sobre isso. Pra ver um produtor alemão que nunca lançou um álbum, alguns clubes superlotam. Ao contrário, pra ver um cara fundamental na cena eletrônica de Nova York, com álbuns lançados e respeito mundo afora, poucas pessoas comparecem.
O que parece é que há uma desassociação entre entretenimento e cultura. Comecei o post falando disso, que essa invasão gringa reflete num relâmpago cultural nunca antes visto mas em contraponto, as pessoas que digerem essa "cultura" parecem guiadas por vozes ditatoriais que impedem o livre arbítrio. "Disseram que isso é demais, claro que vou ver." Nunca houve tanta alternativa mas parece que esse fator anda anestesiando o público.
Excesso de informação pode ser uma via de massificação, pois perde-se a referência e o fluxo vai para um afluente que sempre desemboca naquele rio de águas mansas da mesmice.
Então, qual é a arte do entretenimento? O dilema diversão e cultura parece permanecer num questionamento eterno. A mim, cabe apenas divagar sobre e buscar as tais alternativas. Afinal, um número infinito está bem diante dos nos olhos, como nunca em nossa história.
Monday, August 06, 2007
Há 17 anos nascia o Zensor. Era um programa de rádio semanal transmitido pela 97 FM, uma rádio nova em Santo André (cidade do ABC paulista) que tocava só rock na programação. Depois de várias participações em programas da "casa", eu e o Ricardo Bola ganhamos uma hora semanalmente pra tocar novidades da emergente cena alternativa. Ambos eram DJs da "Boatinha" do Tênis Clube de Santo André, um lugar clássico na noite paulista, e era natural que novidades musicais fizessem parte de nossas vidas.
Enquanto o Bola gostava mais da parte experimental, do rock soturno e das guitarras, eu era mais voltado ao som eletrônico. O nome do programa, Zensor, não remetia a nada inicialmente. Era sonoro e achamos gravado num vinil do Sonic Youth. Mas sem perceber na hora, tinha muito a ver com o que a gente produzia: um fanzine transmitido numa rádio, sintonizando novas tendências musicais. O "Z" veio do zine, e "ensor" de sensor, objeto que capta e transmite freqüencias.
A resposta do público foi aumentando e a parte eletrônica também, o que culminou com a saída do Bola quando este criou o "Rough", totalmente voltado ao experimentalismo e guitarras de todos os tipos. Zensor ganhou a cara que virou sua marca registrada: impulsionar um cena de música eletrônica alternativa que ficava a margem até mesmo da emergente cena dançantes das pistas.
Pelo fato de cuidar de um selo de música eletrônica, a Cri Du Chat Disques, e fazer viagens constantes em busca de novidades para a minha loja de discos Muzik, o Zensor era abastecido semanalmente por muita música que não tinham veiculação no País. Não existia internet, as pessoas saiam para o clubes pra descobrir música nova, freqüentavam lojas de discos para trocar material e bater papo sobre o que estava acontecendo. Com isso, um programa de rádio com esse perfil conquistou um público fiel.
Foram 4 anos de muitas entrevistas, raridades, alguns deslizes, promoções bacanas, mudanças de planos econômicos que afetavam nossos bolsos (e dá-lhe fita cassete), mas fico feliz em saber que até hoje têm pessoas que comentam desse trabalho, sempre feito sem qualquer pretensão.
A festa que acontecerá no próximo sábado , talvez seja uma boa oportunidade de reviver um pouco isso tudo, ainda mais com o show do Simbolo.
Muitos me perguntam porque eu não falo um podcast do Zensor, já que hoje em dia seria muito fácil manter essa freqüência semanal. mas me questiono se há necessidade. Temos um rede internacional que permite que a gente tenha contato imediato com o que está acontecendo em qualquer lugar do planeta. As rede de P2P se encarregam da troca musical e excelentes rádios e comunidades online dão muito bem conta do recado. o que seria legal num podcast é a possibilidade de filtro. Isso sim é a água nesse deserto. Perceber o que é legal, dar sua visão dos fatos.
A questão é que musicalmente não estacionei com o final do Zensor. Absorvi muitas influências nessas últimas décadas e talvez aquele fiel público não perceba essas mudanças. Ter um programa para tocar o que já tocava não faz sentido, foge dos preceitos básicos que moviam o Zensor. Com certeza raridades de décadas passadas fariam parte, mas eu sempre olho pra frente. Agregar é ser inteligente e é o que me motiva a continuar ouvindo música.
Baixe os playlists com todas as músicas que tocaram no programa em
http://www.fiberonline.com.br/tmp/zensor.zip
Wednesday, August 01, 2007
Bom, se você não está se questiona mais sobre estilos, vale a pena dar uma conferida no trabalho do francês-com-nome-de-português Joakim. É da turma da Kitsuné e altamente recomendado.
Além da ótima "Lonely Hearts" (clipe abaixo), ouça também "I Wish You Were Gone".
Myspace:
http://www.myspace.com/jimibazzouka
Tuesday, July 31, 2007
Em primeira mão comunico que o Front 242 cancelou a tour latino-americana que faria a partir de outubro.
Apesar de já ter acertado tudo, infelizmente não vai rolar. Sugeri que transferissem, ao menos, para o começo de 2008 quando farão mais uma tour americana e estão estudando o caso.
Os motivos alegados foram a desistência de dois promotores (Chile e Equador) e o curto prazo pra uma promoção do evento (em outros países). Mesmo assim, os outros promotores, incluído a Fiber, tentaram negociar datas extras em seus respectivos países (cogitei o Rio), mas a banda alega não ter tempo hábil para isso.
Isso me deixa muito frustrado, pois desde o final do ano passado estamos negociando a vinda dessa banda pra cá.
O que me resta é sugestões de bandas que eu poderia trazer para a segunda edição do Machina Festival que, devido a isso, deverá mudar de data também (possivelmente novembro). Já aviso que Skinny Puppy e Front Line Assembly estão fora de cogitação.
É isso.
Lendo um desabafo do Hansen, do Harry e Bad Cock, comecei a me questionar sobre a retórica da reclamação. Como brasileiro reclama. Se está sem dinheiro, pragueja. Se está empregado, almeja algo melhor. Se está casado, reclama do companheiro e almeja outras experiências. Será que é fruto de uma insatisfação coletiva ou instrumento de afirmação social?
Então, eu também cansei. Cansei de tanta reclamação! Não tiro o mérito da campanha, não! Apoio totalmente, mas cansei de pessoas que reclamam e não fazem nada, achando que algo salvador vai cair do céu ou do Governo.
Já falei aqui da cidadania. Começa por aí. Longe de ser manifesto de elite, já que moro num bairro supostamente elitizado e que a falta de respeito impera nas redondezas. É fácil uma corja que se diz de "esquerda" e que apóia sem isenção o Governo atual dizer que isso é coisa da "elite". Elite são eles! Tentam impor ao povo que o bom é ser "pobre e honesto", quando esse "pobre e honesto" invade terreno em áreas de Aeroporto, joga lixo nos rios, tenta levantar vantagem da tia que ganhou um extra no fim de semana. Qual a diferença entre essas classes? Nenhuma. Todas convergem para a falta de educação básica, do respeito ao cidadão da auto-análise.
Não me venha falar que não tiveram chance. Não estou falando somente da classe D e E, não! Falo de todos: dos meus vizinhos às vítimas de acidentes aéreos. Daquele cara que ganhou promoção porque pensou nele o tempo todo e esqueceu que o companheiro era arrimo de família. "Foda-se", não?
A minha definição para a síndrome da reclamação é simples: letargia e falta de cidadania.
Quando isso mudar, garanto que as coisas melhoram. Ah, melhoram....
Tuesday, July 24, 2007
Sim, sim! Quinta-feira agora, 26/7, tem mais uma edição da Silver Tape, festinha eletrônica criada por mim e pelo Luis Depeche.
Nesta edição contamos com o live da Madame Mim e com o Edu Corelli como DJ convidado. Uma cambada de amigos fazendo aniversário coletivo além da despedida da Ju Negão, minha irmãzinha que volta pro interior pra cuidar da linda Julia (linda, linda, linda).
O que ouvir? Putz, tem tanta coisa legal que anda aparecendo bem como mexer no fundo do HD (sim, Serato é tudo) pra puxar aquelas pérolas que casam muito bem com a música eletrônica atual. Nomes aos bois: The Knife, Adonis, Simian Mobile Disco, Telex, Boys Noize, Vandalism, Gui Boratto, entre outros.
Como uma pessoa que sempre viveu de informação começa a relaxar dessa maneira? Claro que busco uma resposta e ela está na minha cara, ou melhor, na minha tela. Tenho nada menos que 8 abas do browser abertas em temas tão díspares como "fomatar HD no Mac para ser lido no PC", "Miss Trash 2007", "Animotion best tracks", "musicGURU", além, é claro, do iTunes, do MSN e do Blogger.
Dá pra ter foco? Não, nåo dá, então vamos lidar melhor com tudo isso. Primeiro: comprometa-se a voltar ao saudável hábito de escrever, sem abreviações, sem emoticons e sem anglicismos (é o mais difícil). Tome consciência que ter um blog é se comprometer com a informação. Se ela será útil para alguém, não lhe cabe julgar. A massiva indexão dos robôs de mecanismos de busca já processaram todas as suas palavras que viraram mercadoria virtual de algum buscador.
Se antes valia a máxima "saia da frente do computador e veja a vida lá fora", cabe agora um "faça algo interessante e tente acabar com a falta de conteúdo vazio ao seu redor", porque desligar esse computador você não vai mesmo.
Monday, June 18, 2007
Toquei no Autobahn no sábado passado e a missão era trazer de volta um pouco dos sons que rolei no começo da festa, na década de 90. Como a idéia do Autobahn é ser uma festa 80’s, fiz um set que ficou entre o final da década de 80 e o começo da de 90. A ordem não está exata a não ser o final que deixei a discotecagem pro Kid Vinil deixando as coisas entre as trevas e o rock.
New Scene - The War In Vietnam (Out Of Control II)
Front 242 - Never Stop
Fatal Morgana - Attention
Bigod 20 - the Bog
Neon Judgement - TV Treated
Data-Bank-A - Crack Dream Over
Force Dimension – Dust (12”)
a;Grumh - Generation
Front Line Assembly – Digital Tension Dementia (12”)
SA 42 - Why Not
Khommand 45 - Battle Zone
Public Relation - Eighty Eight (Extended Mix)
Umo Detic - Fahrenheit (Extended Mix)
Klangwerk - Klangwerk (Mix)
And One - Second Voice (Teuer Mix)
Nitzer Ebb - Control I'm Here (razormaid)
Harry - Genebra
Dominion - Isolation
Trisomie 21 - The Last Song (live)
Ghost Dance - Heart Full of Soul (Extended)
The Cult - Wild Flowers (12")
Thursday, April 12, 2007
Band | Mainstreamness (%) | weight | |
---|---|---|---|
1 | Keane | 43.99 | 100 % |
2 | Depeche Mode | 61.23 | 91 % |
3 | Unai | 0.38 | 66 % |
4 | Tiga | 10.22 | 61 % |
5 | Harry | 0.23 | 53 % |
6 | Basement Jaxx | 29.11 | 53 % |
7 | Covenant | 6.71 | 50 % |
8 | Nouvelle Vague | 15.41 | 47 % |
9 | Röyksopp | 34.96 | 44 % |
10 | Maysa | 0.42 | 43 % |
11 | Trentemoller | 2.74 | 42 % |
12 | Compilation 80's | 0.00 | 40 % |
13 | Synth & Electro | ??? | 35 % |
14 | Duran Duran | 28.07 | 34 % |
15 | Alice in Videoland | 1.77 | 31 % |
16 | Tahiti 80 | 3.81 | 31 % |
17 | Ellen Allien & Apparat | 3.64 | 30 % |
18 | Siouxsie and the Banshees | 13.65 | 29 % |
19 | VHS or Beta | 3.04 | 28 % |
20 | Ochre | 1.16 | 28 % |
You are 17.75 % mainstream!
Ufa!!!! Ainda bem!!!!
Se tem perfil no Last.FM, veja o quanto você mainstream em http://mainstream.freevicente.com/
Friday, March 30, 2007
Tô chique! Estréio a festa Silver Tape em novo local na próxima sexta e com direito a convidado gringo.
Antipop é um dos membro da cult band eletrônica Télépopmusik, que fez muito sucesso com a música "Breathe". Ele chega na quinta em São Paulo, vai fazer um reconhecimento do terreno e na sexta toca comigo e como o Luis Depeche na nossa festinha que agora rola no Hotel Cambridge, dentro do projeto Hotel House.
Todo mundo lá, hein?
Antipop aka Télépopmusik DJ Set na Silver Tape
Sexta, 6 de abril, 23h
Hotel House no Hotel Cambridge
Avenida Nove de Julho, 216, Centro, São Paulo
Lista amiga: R$ 12 (reserva@hotelhouse.com.br)
Normal: R$ 15
www.hotelhouse.com.br
Wednesday, March 28, 2007
Cena 1 - Enquanto espero pacientemente por um encontro na rua em frente ao meu escritório, observo uma caminhonete da CET em alta velocidade. Dentro dela, um trabalhador do órgão falando ao celular, com apenas uma mão no volante e vira repentinamente à esquerda sem dar sinal de seta algum. Não mais de dois minutos passam, uma nova caminhonete, agora uma bem nova,da frota recém adquirida pelo governo de São Paulo, igualmente em alta velocidade, vira na mesma esquina, sem sinal algum como o predecessor. Ah, deu pra perceber que esse último não usava cinto de segurança.
Cena 2 - Ruas dos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Cruzamento entre Rua Batatais e Alamenda Campinas. Por mais que insista e persista, não consigo ver nenhum carro que respeite a faixa de pedestres. Se o semafóro está fechado, o motorista pára em cima da faixa. Pera lá, não fui justo. Os motociclistas vão além disso, avançam, desviam de pedestres e continuam a saga de entregar suas encomendas o mais rápido possível.
Cena 3 - Caminho de volta pra casa. Na minha frente, uma mulher de aparentemente 50 anos caminha tranqüilamente pela rua sorvendo alguma delícia que não consigo perceber do que se trata. Ao finalizar a guloseima, sem pestanejar, o invólucro vai pra sarjeta.
Cena 4 - Um hospital público de Belo Horizonte marca uma consulta para uma paciente que finalmente conseguiu ser atendida. A consulta é marcada prontamente. Para 2010.
O que quero dizer com isso? Que a roda gira mas sempre em torno de nós. Somos sim os responsáveis por tudo de ruim que vivenciamos porque a grande maioria não presta atenção ao que está ali, do seu lado. Infringe regras que acha que são bobas. "Pra que cumprí-las se tem neguinho que rouba e não vai preso?", dizem alguns.
Eu só vou me sentir no direito de cobrar quando cumprir minha cota de responsabilidade social. Como as cotas de carbono, sabe? Atravessou fora da faixa? Compense dando bom dia pra aquele segurança que você sempre faz carão. Jogou papel no chão? Isso não tem desculpa, porque poderia segurá-lo até encontrar o lugar certo pra jogar.
O principal disso tudo é conscientizar que se a gente quer mudar tudo que tem de ruim nesse país, temos que começar nos policiando.